quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Eu li: A Torre Negra - Stephen King

The Dark Tower



Vou fazer um breve resumo aqui, mas aviso que trago aqui minhas opiniões e impressões sobre a série Torre Negra, não recomendo a leitura dessa página para quem ainda não leu a Torre Negra.
Não pretendo também trazer uma resenha extensa, pois está série é muito conhecida e tem muitas boas páginas sobre, uma que recomendo é: www.stephenking.com.br/projeto19

É uma série composta de oito livros que englobam os gêneros: ficção científica; aventura; romance; fantasia; e é claro, terror.
Ordem cronológica.
  1. O Pistoleiro (1982)
  2. A Escolha dos Três (1987)
  3. As Terras Devastadas (1991)
  4. Mago e Vidro (1997)
  5. Lobos de Calla (2003)
  6. Canção de Susannah (2004)
  7. A Torre Negra (2004)
  8. O Vento Pela Fechadura (2012)  
A saga teve um tempo de trinta e três anos para a conclusão, é considerada a maior obra do autor, sendo que o primeiro livro(O Pistoleiro) foi escrito quando ele tinha 19 anos. Inspirado nas obras de  J. R. R. Tolkien e no poema de Robert Browning, o universo da Torre Negra contém referências as lendas do rei Artur, algumas ligações da cultura pop e cinema western, o personagem principal trás em si todas as características dos contos faroestes.
Apesar das referências, a narrativa mantém uma linguagem própria e muitos termos criados para o universo da Torre Negra.
Para o recém viajante, ou seja, leitor novato,  é muito útil ter em mãos o glossário do "Mundo Médio" para entender alguns dialetos.
O glossário é opcional, não chega a ser um requisito, já que existem sutis detalhamento de cada termo não comum no transcorrer das páginas. Mas sempre tem quem quer definir o que é um Ka-Tet, sem descobrir durante a leitura.

A partir deste ponto tem SPOILER!!! Leia por conta e risco. 

''O Homem de Preto fugia pelo deserto, e o pistoleiro ia atrás''.
É como tem início a grande aventura de Roland Deschain o último que sobrou do clã de Gilead, e também o último que representa a linhagem de Eld, que eram implacáveis pistoleiros, desparecidos depois que o "mundo seguiu adiante".

O homem de preto é um feiticeiro que Roland persegue, através dele quer tirar informações para chegar ao seu objetivo: A Torre Negra.
O primeiro livro (O Pistoleiro) é um volume curto e apresenta uma trama misteriosa, quase nada é revelado do universo da Torre Negra, os acontecimentos deixam pontas soltas para os próximos volumes, como por exemplo a morte de Jack Chambers.
As últimas páginas, em que Roland finalmente conversa com Walt o feiticeiro o homem de preto, é uma apresentação de dúvidas sobre a real missão de Roland. Em primeiro momento, não é perceptível o que o final do primeiro volume sugere, somente após a conclusão de todos os volumes que  entendemos que o primeiro livro é na verdade o último. A grande sacada dessa série, é a repetição em que Roland Deschain está preso e não sabe.
Por ser um livro em que o autor era ainda muito novo, provavelmente tinhas 19 anos, existem muitas criticas negativas por conta do estilo da escrita. Porém eu gostei muito mais desse livro do que aquele que concluiu a saga que é A Torre Negra.

Com o desenvolvimento da leitura começa a conhecer melhor o mundo pós apocalíptico da trama. O livro mais interessante da saga, é o segundo (Escolha dos três), é onde percebe a quebra do que separa os dois mundos e começam a interagir. Basicamente, existe esse nosso mundo real, o mundo apocalíptico de Roland e outros mundos. A missão de Roland é chegar até a torre negra e impedir que os mundos acabem.
O segundo livro tem mais ação que o primeiro, e apresenta as portas no deserto que se abrem para outra dimensão. Foi uma narrativa tão legal que eu as criava essas portas mentalmente.

A turma que Roland forma, são personagens interessantes e que dão vida para a saga continuar, principalmente nas fases mais cansativas. São personagens cativantes, e depois de terminar de ler, será difícil esquecer se deles.
Eddie Dean o viciado, Odetta Holmes a mulher de duas personalidades, Jack Chambers o garoto que representa a morte e OI o fiel amigo de quatro patas de Jack... Todos eles evoluem e se transformam em pistoleiros.

As aventuras no mundo médio levantam muitas dúvidas, já que existe a mistura constante de acontecimentos sobrenaturais com a tecnologia. E é uma mesclagem que sugere diversas teorias sobre o que realmente é a Torre Negra. Inclusive nos livros Lobos de Calla e Canção de Susannah algumas dúvidas são reveladas.

O autor existe no livro, e isso foi a parte que me desanimou a leitura. É um romance fascinante, com fantasia, suspense e ficção e quando estamos mergulhados no mundo da Torre Negra, surge o próprio escritor Stephen King para lembrar que estamos lendo um apenas um livro. E para piorar, Jack Chambers morre de forma realmente inesperada. Eddie Dean também morreu em Lobos de Calla, porém foi uma morte mais significativa, e não desnecessária como o escritor atropelar o próprio personagem e matá-lo.
Até mesmo o OI teve uma morte melhor... Aliás, coitado do OI, mostrou se mais do que um pistoleiro, melhor do que a Susannah que literalmente deixou Roland se lascar sozinho.
Enfim, não tem problema o escritor virar um personagem do próprio livro... O ponto negativo é porque já está construído uma ótima história, principalmente depois de ler o livro Mago e Vidro, a fantasia estava perfeita e o autor entrar na fantasia pode estragar a experiência.

O final do livro A Torre Negra, foi o que eu li com esperança de finalizar uma ótima saga. Mas tive decepção, quem afinal seria o temido mago?
Esperei um duelo terrível entre Roland e o Rei Rubro, mas não aconteceu. Existiu nesse livro uma pressa em dar final para algumas coisas, Odetta Holmes por exemplo decide seguir outro caminho, e Roland encontra um homem borracha o tal Patrick que literalmente passou a borracha no ser mais maligno e poderoso do livro. E assim morre o Rei Rubro, não por uma espada, um tiro, uma flechada, um feitiço, um raio ou um tapa na orelha que seja. Morre sendo apagado como se fosse um desenho.
E finalmente Roland sobe a torre vai até o último andar, abre a porta e acorda no deserto, no mesmo ponto em que a aventura começou.
Pode ser um final cheio de significados sobre a vida, afinal muitas coisas como a jornada do auto conhecimento ou busca espiritual são assim, um começo para o recomeço. Mas o universo da Torre Negra foi tão grande, cheio de elementos surpreendentes e fantásticos para a ficção, então porque encerrar em um ponto de partida para filosofar a vida?
Gostei da saga?
Sem dúvida, autos e baixos mas gostei bastante sim nos momentos em que eu esquecia o mundo real e ia ajudar resgatar Jack Chambers, ou combatia ao lado de Eddi ou aprendia fazer parte de um kat-tet.

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domingo, 18 de setembro de 2016

Eu ouvi: Chalemarrom


Na minha lua de mel, que também coincidiu com minhas merecidas férias de junho, eu e minha esposa viajamos para o sul do Brasil. Conhecemos Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Garibaldi e outras belas cidades.
Gramado é sem dúvida, um ótimo lugar para comemorar a lua de mel, ótimos restaurantes, passeios  interessantes e instrutivos sobre a região, paisagens, bebidas artesanais(vinho e cerveja), e um clima aconchegante para quem gosta de frio.

Depois de curtirmos o bonde da cachoeira do Carol,

fomos em um restaurante desses que são ao ar livre e tem música ao vivo. Pedi uma "pequena" caneca de chope para ajudar escolher o prato e ali ficamos decidindo qual prato seria bom com o dia frio típico do sul.

Como som de fundo, rolava um rock ao vivo, a banda era muito boa, embalava um som acústico com um vocal cheio de personalidade. Variava entre um clássico rock e um reggae.
Eis que entre minhas goladas na canequinha de chope surgiu um sujeito com um cd com a mesma imagem da introdução deste post. Ele disse:
- Quer ajudar a banda levando o CD por R$10,00?
Primeiro pensei em dizer não, que a banda era boa mas eu não tinha dez reais... Mas ao invés disso perguntei quem eles eram. Os olhos do rapaz brilharam, ele colocou o CD na mesa e começou a contar um pouco da história da banda independente de Santa Catarina.

Ele não tocava nenhum instrumento e nem cantava, mas estava na estrada com a banda desde de 2012 dando todo o suporte necessário.
Olhei a capa de CD e resolvi que ia conhecer as músicas da banda. Afinal, eu que gosto de música e reclamo do atual cenário da música brasileira, que parece valorizar somente porcarias, é meu dever conhecer e incentivar bandas boas.
E o que são dez reais perto do desprazer obrigatório que é ouvir tanto lixo musical por conta de vizinhos e outras pessoas que estão no mesmo ambiente?
Após ouvir o CD, percebi que foi um dinheiro muito bem gasto.
Chalemarrom tem uma pegada pop que alterna entre o rock e o reggae, o som é contagiante e letras ritmadas. Ideal para uma festa, uma praia, um churrasco, enfim ideal para curtir.

O CD inicia com a introdução narrada:
Estou perdido a procura de um endereço.
Pode me ajudar?
Rua das flores, rosa norte que me guia...
Avenida via láctea, estrada do luar.


 E depois começa o show!
Desencontro marcado é a música que mais gostei, tem um ritmo gostoso. Fala sobre acontecimentos errados que vão ocorrendo em um fim de semana, até que ocorre um bom encontro por acaso. Fica bem claro que o acaso não é controlável, e que para encontrar alguém especial, tem que parar de procurar e deixar rolar. Além da mensagem interessante, o som apresenta uma progressão no ritmo, passando a base reggae para solos rock na guitarra.

Outra que gostei é a faixa Sereia, provavelmente a que trás muito mais reggae.
Vou Voar é uma faixa interessante, apresenta uma base rock com peso no vocal.

Valeu muito ouvir a banda, espero que eles cresçam no cenário musical brasileiro.

Segue o face da banda: Face Chalemarrom
Canal no youtube: Youtube Chalemarrom

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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Momento melancolia - Música brasileira.


Quando se inicia uma conversa sobre cultura, sempre existem enfadonhas desculpas: "O que é bom está no passado.", "Não se fazem mais como antigamente.", "Antes era mais autêntico!", "Antes tinham criatividade.", "O que vale a pena está no passado!", "Eu nasci na época errada"...
Em partes concordo com os dizeres daqueles que são nostálgicos, ou até daqueles que se quer viveram o que foi os anos oitenta, mas buscam através da cultura sentir o passado.
Porém não acredito que a criatividade morreu, não quero aceitar que boas músicas deram lugar ao funk e poluições universitárias.

O que realmente acontece é o interesse da mídia em explorar o gosto da maioria. É válido afirmar também, que a mídia influencia o gosto musical do indivíduo. Se pensarmos dessa forma, os culpados por tanta porcaria ganhar espaço na mídia, somos nós.
Indiretamente, a maioria das pessoas gostam de compartilhar músicas(entenda como porcaria) ruins porque acham engraçado, o problema é que por muito compartilhar, ganha se um público sólido, claro que tem sim quem gosta e compartilha por gostar, quanto a isso não tem problema, cada um tem o direito de ler, ouvir ou assistir o que bem entende.
A consequência de "viralizar" porcarias, é que a mídia pega carona no gosto ruim e transforma em gosto popular, e dessa forma abre todo espaço destinado de divulgação cultural para mostrar somente o que tem potencial de lucro. E infelizmente nos últimos anos, o que trás lucro não é um bom gosto.
Isso não significa que sou contra a divulgação de diferentes estilos e gêneros musicais. O problema é a mídia garimpar no lixo e ignorar artistas com um maior talento e de pouca visibilidade. Claro que quem tem que correr atrás de divulgar o trabalho artístico é o próprio artista, porém nesse meio em que prolifera a baixa qualidade, quais são as chances de uma boa letra com arranjo e melodia competir com os Mcs da vulgaridade?

E sim! Existem ótimas músicas por ai, porém temos que procurar e valorizar o trabalho daqueles que não tem espaço. Devemos (nós que gostamos de boas músicas) deixar de resgatar os artistas da era vinil e fita cassete. Parar de compartilhar Mcs e semelhantes porque achamos engraçado e ter maior curiosidade para encontrar novas boas músicas.
Temos que usar a internet e explorar além das sugestões, e dessa forma conhecer e compartilhar novidades que merecem notoriedade, mesmo que seja inevitável ouvir por tabela refrões do tipo "lepo lepo, "um por cento vagabundo", "deixa ele sofrer", "tá tranquilo, tá favorável", "assim você me mata", e outros tantos que de tempo em tempo somos obrigados a ouvir nos diversos ambientes.

Eu farei a minha parte, mesmo com pouca visibilidade, vou sempre postar por aqui alguma boa música. E refletindo sobre isso que fiz os seguintes textos:

Você viu?
Ali no canto juntando poeira.
Qualquer som de vil acorde.
Para uma rima sem eira.
Tem quem se importe?
Há quem diga, a arte jaz no passado...
A música não mais é,
falta sinônimo para o que morreu.
E a cultura servida crua, apodreceu.


Caro leitor, espero que goste do que leu e venha comigo, vamos procurar e compartilhar bons artistas... Eles existem! Estão espalhados por esse imenso Brasil.

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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Eu assisti: Stranger Things


Stranger Things é provavelmente a série mais cativante para quem foi criança ou adolescente nos anos 80.
Eu nos meus 30 e tantos assistindo a trupe mirim de amigos em busca do sumido Will Byers, senti vontade de ser criança novamente.
Senti vontade de desafiar o mundo montado em uma bicicleta sem marcha, e armado de um poderoso estilingue destruidor de monstros de outra dimensão.
A série trás muitas referências, das quais as mais perceptíveis são: Alien, E.T. - O Extraterrestre, Poltergeist, J.R.R. Tolkien, Tubarão, Goonies e trás também alguns easter-eggs. Por ser ambientada no ano de 1983, trás também ótimas músicas, como por exemplo: Should i stay or should i go, Whit Rabbit, Heroes, entre outras.

Além dessa característica nostálgica, a qual está muito evidente nos comentários, a série tem um ótimo elenco mirim, uma trama interessante com uma mistura de terror, fantasia, suspense, mistério, um pouco de romance... Na primeira temporada quase nada é revelado sobre a dimensão Silent Hill, a criatura do Labirinto do Fauno e a menina metida a Imperator Furiosa com poderes da Fênix do X-Men.
A temporada caminha mais para descobrir o que aconteceu com Will Byers e pessoas ligadas a ele do que explicar os estranhos fenômenos. Fica bem claro que existe algo sobrenatural acontecendo e tem alguma instituição responsável por isso, mas a série não aprofunda nos "porquês" e origens. Provavelmente isso será trabalho para a segunda temporada, que aliás, venha logo!

Todos os integrantes Goonies são um show de interpretação e Dustin é o alívio cômico da turma, sem necessariamente ser o bobo, mas sim sendo o inteligente garoto do sorriso banguela, que une os amigos mesmo que tenha uma estranha entre eles.

Realmente, gostei muito dessa série.

Obs.: Partes no texto em itálico são as comparações que fiz, não significa que sejam referências. Por falar nisso, existem muito mais referências do que citei, porém disso todo mundo já tá falando né.

Até o próximo post!






segunda-feira, 27 de junho de 2016

Apresentação do blog.


Aqui é onde falarei um pouco sobre coisas que gosto, opiniões sobre filmes, livros, músicas e outros.
Tem também alguns pensamentos e contos.

O que não é Rascunho e uísque?

Poesia, poema,
prosa ou soneto.

Mas por que não?
Pretensioso seria eu,
se usar tais classificações...

Contudo, peço o privilégio concedido a artistas.
Não sou o menestrel errante, mas aprecio floreios.

O que significa rascunho e uísque?

É o que escrevo, é o que penso.
Coisas à toa do dia-a-dia.
Sem mistério, um pouco sério.

Não são poesias nem poemas.
Quaisquer letras sóbrias,
de um bêbado qualquer.

Não há enigmas nem rimas,
quem sabe na essência,
alguma coincidência.
Enfim, pensamentos diversos.